O “Polvo” rosa

O polvo, aquele delicioso petisco quando bem preparado, como no caso (passe a publicidade) do “polvo à Lagareiro“, é como muito bem sabem um molusco constituído por um corpo quase limitado a uma enorme bolsa onde armazena as suas presas e uma pequenina cabeça, mas dispõe de vários braços, braços com características muito específicas. Para além de lhe permitir movimentar-se em todas as direções, põem também à sua disposição um poderoso sistema de ventosas, que lhe permitem subjugar e aprisionar as presas.

Pois bem, depois do muito que tem sido notícia com relevância para a cor rosa, um das principais cores partidárias em Portugal, o polvo molusco, aquele saboroso petisco, acaba estrondosamente derrotado, e porquê?

Polvo petisco é, e será sempre só um molusco, habitante dos nossos mares, ao contrário do seu homónimo, o “polvo rosa“, que possui uma extraordinária capacidade de se metamorfosear, de se multiplicar no que respeito diz, por exemplo, ao número e extensão (leia-se, comprimento) dos seus braços, permitindo-lhe com tal característica dispor de uma capacidade invejável de “aprisionamento” das suas tão desejadas, como apetitosas presas.

Depois da “familygate“, onde foi notório o excelente desempenho dos ditos braços do “polvo rosa”, depois da estrondosa notícia da detenção de um “dinossauro” socialista e seus pares em suspeitosas caças a apetitosas presas, depois de um outro braço rosa “amputado” em Braga por apropriação indevida também de apetitosa presa (leia-se, verbas da Segurança Social), ainda depois de um outro braço do “polvo rosa” relevar de modo categórico não reconhecer conflito de interesses no facto de ter sido o principal obreiro na aprovação dos novos salários (vencimentos) dos senhores juízes, que acabam a ultrapassar o vencimento do próprio Primeiro Ministro e, por mera coincidência ser casado com uma senhora juíza do Tribunal da Relação de Lisboa, repito, depois de algumas “traumáticas” amputações de alguns dos seus membros, o “polvo rosa” segue impávido e sereno, talvez por ser vítima de alguma forma de surdez, que nós humanos desconhecemos.

E assim se faz política rosa em Portugal, perdão, assim se cozinha e tempera o prato culinário do dito “polvo rosa”.