Era uma vez um Povo

Um Povo, que não se sabia governar, nem se deixava governar, considerados como os nossos antepassados e designados por Lusitanos – povo bárbaro, guerreiro, inculto e de muito difícil governação.

Nessa época longínqua, de muitos séculos, cá na Ibéria, habitavam os Montes Hermínios (hoje, serra da Estrela), região de clima inóspito como se sabe, viviam da pastorícia.

Após a invasão romana tudo fizeram para não se submeter ao Império Romano – usando uma tática de guerrilhas verdadeiramente percursora da guerrilha moderna, adiaram a sua rendição e submissão ao poderoso Império Romano – Viriato, e mais tarde Sertório (um procônsul romano, dissidente do império) revelaram-se “mestres na arte da guerrilha”, adiando aquela anunciada rendição – não fora a avidez pelo ouro e a história da Lusitânia teria sido outra – a muito conhecida arte da corrupção mais uma vez voltou a funcionar – assim os lugares-tenentes de Viriato e mais tarde de Sertório, cederam à avidez pelo ouro e sacrificaram os seus chefes aos interesses dos invasores romanos – afinal nada que para nós seja estranho, a avidez, a ambição, a desonra fácil face ao vil metal.

Se isto já acontecia há muitos séculos com os nossos antepassados Lusitanos, porque nos admirarmos pela nossa História recente?

Os casos de corrupção sucedem-se em catadupa, envolvendo inúmeros membros da classe política, quer do foro governativo, quer do foro autárquico, quer do foro partidário – afinal o que é preciso é estar na onda pelo menos enquanto não houver coragem para recolocar a Justiça, a Verdade, a Honra no seu justo lugar, separando em definitivo o trigo do joio. Não que a nossa História Pátria já não nos tenha legado um período bem negro de corrupção, de compadrios, de vergonhosos jogos de bastidores, de lutas político-partidárias materializadas nas ruas por revoluções e contra revoluções, portugueses contra portugueses, pais contra filhos, filhos contra pais, irmãos contra irmãos – refiro-me sem qualquer relutância ao período da !ª República, aquele regime dito republicano (leia-se, democrático), pluripartidário, com eleições livres, que nos brindou durante a sua vigência de 16 (dezasseis) anos com a nomeação de mais de 40 (quarenta) governos, um dos quais não durou 24 horas – com um homicídio de um Presidente da República, Sidónio Pais de seu nome – seis ou sete presidentes da República – regime deveras singular, que acabou com o golpe militar do 28 de Maio de 1926.

Segue-se um período de regime ditatorial militar, até que esses mesmos militares, em 1928, convidam o Professor António Oliveira Salazar, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra para assumir a pasta das Finanças – a República tinha deixado um enorme fosso, nunca visto, nas finanças públicas de tal dimensão, que a própria moeda nacional, o escudo, perdera a paridade com todas e quaisquer outras moedas nacionais – simplesmente exemplar, a gestão republicana!

Correu o tempo, Portugal atravessou um “mar de conflitos” – guerra civil em Espanha, 2ª guerra mundial na Europa, a somar a muitas outras adversidades, como um país sem indústria, sobrevivendo apenas com uma agricultura de subsistência, uma frota pesqueira mínima, sem marinha mercante digna desse nome, que pelo menos nos pudesse trazer dos territórios colonizados matérias primas e alimentos, com um ferrovia primária, sem portos de mar dignos desse nome, enfim, uma muito pesada herança que a República nos legara – depois foi o que se viu – Salazar um ditador, um “malvado dos diabos”, com a sua polícia secreta assim a modos de uma KGB, ou de uma CIA – que tudo fez para não permitir que Portugal se tornasse uma mais das repúblicas soviéticas – nesse âmbito, até a Senhora de Fátima terá que responder perante a sanha marxista, pois conseguiu, que o Povo humilde acordasse e não se deixasse levar feito carneiro para o redil marxista.

Este é o Povo, que somos!